Maria Eliza de Castilho Manfré

Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 08 de março, o Sinbi convidou 3 grandes mulheres para contarem as suas trajetórias, onde mostram a sua força, determinação e coragem.

Confira aqui a entrevista com Maria Eliza de Castilho Manfré, Secretária Municipal de Cultura e Turismo de Birigui

 

 

O que você desejava conquistar quando escolheu empreender?

Minhas escolhas nunca foram essencialmente pessoais e sim baseadas em aspectos notadamente mais além da pessoalidade, voltadas para o benefício do maior número possível de pessoas. Muitas delas, sequer poderiam ser chamadas de escolhas e sim de tarefas, metas a cumprir, situações que me foram apresentadas pelo universo para realizar. Nunca as recusei.  

 

Como mulher, você encontrou algum obstáculo/desafio em sua carreira? Já sofreu algum tipo de preconceito?

Obstáculos e desafios sempre estiveram presentes na minha vida profissional, mas não pelo fato de ser mulher. Talvez por ter sofrido forte influência familiar de mulheres que por circunstâncias da vida tiveram que assumir papéis predominantemente masculinos no século passado, aprendi desde cedo que:  o outro nos trata como nós permitimos e, mais do que isso; o outro nos trata como nós tratamos a nós mesmos.

Porém, eu tenho consciência de ser um caso atípico e, por isso, sempre me dediquei a incentivar a capacidade feminina através do meu trabalho e, inclusive, de organizações filosóficas e de cunho filantrópico.

 

Em algum momento chegou a pensar em desistir em meio aos desafios?

Claro que sim e creio não existir ninguém que nunca tenha pensado nisso, afinal, somos humanos. Mas, passado o momento, me recobro, respiro fundo, recolho os cacos e sigo em frente. Até hoje funcionou e nunca houve desistência da minha parte. Aliás, sou uma otimista incorrigível.

 

Como administra emprego, família, lazer?

No passado foi mais complicado, com os filhos menores, estudando e necessitando da presença materna um maior tempo. A vida era bem corrida e tentei fazer o melhor que pude, priorizando a qualidade no relacionamento familiar. O lazer e o tempo dedicado a família sempre foi sagrado e continua sendo, embora hoje todos estejam adultos. Mesmo com muitas atividades profissionais ligadas a eventos, procuro reservar o máximo de tempo a eles. 

 

Quem é a maior influência em sua vida?

Sem dúvida, a pessoa que mais me influenciou foi minha avó-madrinha Olga Barbosa de Castro, uma mulher a frente de seu tempo, cujo caráter, firmeza de princípios e valores a distinguiam. Além de ser uma empresária de sucesso, foi uma personalidade ilustre e benemérita na comunidade biriguiense.

 

E para as empresas, que conselho daria para que possam contribuir para um mercado com oportunidades iguais?

Que invistam na formação, capacitação e incentivo do trabalho feminino em todas as áreas, até quebrando o paradigma de que determinadas funções são exclusivamente masculinas. Hoje, com satisfação, já vemos a mulher em diversas profissões que até então lhe eram incomuns, como por exemplo: motoristas, pilotos, mecânicas, eletricistas e por aí vai.

 

Qual conselho daria para as mulheres que deseja vencer na vida?

Estudo, foco para reconhecer as prioridades, força para superar os obstáculos e coragem para vencer o medo.

 

Mensagem de Maria Eliza pelo Dia Internacional da Mulher

Eu já começo a vislumbrar uma nova era, uma sociedade onde os princípios masculino e feminino venham a coexistir em harmonia, pois ambos são fundamentais, substituindo o antigo modelo patriarcal que ainda existe em parte da sociedade, embora, felizmente venha perdendo força.

Acho a competição algo estúpido, bem como, ver mulheres assumindo posturas que se baseiam em padrões de comportamentos masculinos a fim de provar seus valores. Somos opostos complementares, pois assim é o universo.

Particularmente penso que à mulher coube a melhor parte: o potencial de gerar, ser causa, origem, começo, nutrir e criar um campo receptivo amplo e inesgotável: vida, ideias, sentidos, conteúdos. E ainda, uma capacidade imensa de adaptação e resiliência.

Portanto, a mensagem que posso deixar é de reflexão e conscientização sobre o profundo significado e importância do princípio feminino, para que que passem a encará-lo como uma fonte inesgotável de fertilidade em sentido amplo.